sábado, 30 de julho de 2016

Dica de filme: Contágio (2011) - um vírus mortal tem lições para nos dar...

Olá time, tudo bem com vocês?
Quando pensamos em filmes de sobrevivência, logo nos vem ideia de histórias de pessoas perdidas na floresta ou ilha, buscando sobreviver desesperadamente.
Mas na ausência de mais filmes de sobrevivência na natureza na Netflix (de novo), achei o filme Contágio, de 2011.
Só atorzão na filmagem: Laurence Fishburne, Matt Damon, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Bryan Cranston...
Mas o filme, como história a ser contada, deixa um pouco a desejar, tendo cenas muito curtas, feitas pra que os dias de contágio se passem mais rápido, mostrando o resultado de cada pessoa que fica doente e e das pesquisas. Numa cena a esposa de alguém começa a tossir, duas cenas depois morreu! Isso é meio broxante, especialmente pra quem assiste o filme no intuito de ver os efeitos completos da doença na sociedade.Vale lembrar que o filme sucede o surto de Gripe Suína de 2009, quando matou mais 500 mil pessoas em todo o mundo (Dados da revista médica "The Lancet Infectious Diseases". O H1N1 consiste num tipo de vírus influenza mutante que possui material genético humano, aviário e suíno. Somente com a distribuição da vacina para Gripe A, ao final de 2009, a OMS anunciou o fim da pandemia de H1N1.
Voltando ao filme...
Uma funcionária americana de uma multinacional (AIMM Alderson) viaja de Hong Kong, onde realizava reuniões de negócio, aos EUA com sintomas de uma gripe forte e encefalite. Alguns dias depois morre com convulsões e engasgos. Além dela, morrem um garçom de um hotel de Hong Kong, um executivo japonês da mesma empresa e outras pessoas.
O vírus se espalha pelo toque e pelas vias respiratórias, então qualquer contato, por menor que seja, torna-se um prato cheio para proliferação da doença, até então desconhecida!
A equipe do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA começa receber informações de um surto de doença que matando pessoas infectadas.
A OMS também inicia a investigação sobre o que pode ser a doença. No decorrer do filme, descobre-se que é um vírus mutante (MEV-1) proveniente de uma espécie de morcego da Ásia modificado após o contato com suínos.
Pior ainda é que o vírus mata um em cada quatro hospedeiros, além das células nas quais os estudiosos tentam cultivar o vírus. Assim, muita gente morre, muita gente mesmo! Principalmente pelas condições de alimentação, água potável, moradia, clima, etc.

Mas quais as lições que o filme passa em relação ao que aconteceria com a sociedade geral num caso como este? Separamos alguns pontos interessantes do filme que podem servir para análise da realidade:
  • Informação: voltamos à mesma história - em cenários de crise a população sempre é informada tardiamente, quando tudo já saiu do controle do Estado. Ainda, surgem diversos boatos em sites e blogs que podem ou não criar uma desordem total, espalhando informações verdadeiras ou falsas (acreditando serem verdadeiras). Com a ampliação do acesso à Internet, notícias tendem a chegar mais rápido, sejam através de vídeos ou fotos. Assim, noticiários ou mesmo blogs sobre teorias da conspiração pode dar informações importantes ou supérfluas, cabe ao sobrevivente filtrá-las junto às informações e estudos prévios.
  • Uso da força: quem assistiu qualquer série ou filme que trate de cenários de crise, pode ver como o Estado poderá utilizar a força (inclusive letal) para conter uma parcela da população que possa estar contaminada ou ter visto determinado fenômeno que não deva ser divulgado para os meios de comunicação.
  • Desordem geral: durante anos fomos acostumados numa ordem social que diz para esperarmos em filas, não pegarmos todos as unidades de um item no varejo, não nos automedicarmos. Num cenário de crise, onde as pessoas pensam em fugir da cidade, ter alimentos e remédios, toda essa ordem social cai por terra! Uma arma de defesa da casa se torna ferramenta para saquear mercados e farmácias, as prateleiras do supermercados se esvaziam com rapidez imensa, um kg de arroz pode ser motivo para um assassinato, um carro com gasolina motiva barbaridades. E isto acontece porque a grande maioria das pessoas, as ovelhas, passam anos achando que a busca pela sustentabilidade e a gradual saída do sistema é besteira... isto até uma crise estourar. 
  • Medo generalizado: a pessoa do seu lado tossiu... deve estar doente, deve ser a Gripe Suína... Este tipo de comportamento é, talvez, o principal gatilho para violência generalizada.
  • A busca pela cura: diversas pessoas irão correr atrás de qualquer tipo de cura, pela vontade Divina ou pelo uso de ervas tóxicas. Caso os boatos aconteçam sobre um medicamento, haverá uma verdadeira guerra civil pelos estoques das farmácias.
  • Muita gente morta = outras doenças: muitas corpos nas casas, nas ruas, acabarão por ocasionar aumento de roedores, cães e gatos doentes, proliferação de bactérias e outras doenças. Leptospirose, dengue, febre amarela e febre chikungunya podem ser apenas alguns destes novos problemas a serem encontrados numa cidade atingida por uma epidemia de um vírus mortal.

  •  O Brasil conseguiria superar uma crise destas? No filme há um momento em que o chefe do CDC burla os protocolos para informar a esposa sobre a quarentena que será instaurada em Chicago. Alguém realmente acredita que no Brasil, com seu histórico de corrupção endêmica, a população geral seria considerada antes das famílias e amizades dos políticos e grandes empresários? Ainda, com as condições subumanas nas quais parte da população nacional hoje se encontra (casos dos favelões em Paraupebas/PA ou Recife/PE) e com o péssimo serviço de saúde existente no país, haveria uma taxa de mortalidade muito maior do que em países minimamente estruturados pela saúde privada.
Bom, galera, esta é apenas uma análise de como o filme pode contribuir para suas preparações e estudos sobre possíveis proliferações de doenças. Cuidado em viagens para países de climas diferenciados, casos do Sudeste Asiático, do Caribe, da região Amazônica Sulamericana ou mesmo da África.
Digam o que vcs acharam, e vamos pra natureza!

terça-feira, 19 de julho de 2016

10 dicas baseadas na série de filmes Bourne: uma obrigatoriedade para qualquer nômade violento.

Olá, time, como vão todos vocês?
Há alguns dias venho escrevendo este texto, pois a vida anda bastante corrida e a WLCE, ainda, não paga salário (rsrs), então...
Finalmente tive tempo de assistir minunciosamente a trilogia de filmes estrelados por Matt Damon e Cia, então vamos direto ao assunto!

Se vc não assistiu algum das três filmes em questão, já aviso que terão muitos spoilers... 

Quando nós, sobrevivencialistas, sobreviventes, bushcrafters, homens cinzas, militares, etc, assistimos filmes de ação e filmes policiais, não estamos buscando somente o uma boa atuação ou uma fotografia bem realizada, mas sim visualizar situações que nos façam raciocinar sobre a melhor forma de escapar, como nós agiríamos em determinada situação onde os personagens estão.
Isso sempre fez com que nós fossemos à serviços de streaming, cinemas ou aguardássemos a Tela Quente começar para assistirmos 007, Missão Impossível, Tomb Raider, Inimigo do Estado, 24 horas.


De fato, todos esses filmes são legais, mostram algumas situações interessantes sobre práticas sobrevivencialistas, principalmente em relação ao combate direto... mas esquecendo das estátuas que voltam à vida e as máscaras de silicone perfeitas, há um desses filmes que consegue superar os outros pela história contida, pelas circunstâncias do personagem principal e pela forma como as situações são boladas. Este filme, ou estes filmes são a trilogia Bourne...


Jason Bourne (ou David Webb) é ex-soldado (do projeto conhecido como Medusa, nos livros) e um agente de um projeto (Treadstone) de assassinos treinados para permanecerem infiltrados durante anos em determinados países, objetivando resolver problemas geopolíticos sem maiores burocracias (leia-se matando alvos designados pelos responsáveis pelo Treadstone, alguns cabeças da Companhia de Inteligência Americana (CIA).
Ele é designado para uma missão e não consegue terminá-la (lembram do Wombosi), sendo atingido por tiros e caindo no mar... bom, isso não vem ao caso, mas sim entender que ele falhou e a CIA quer o cara morto, pois acham que ele virá atrás de todos eles ou irá expor o projeto de assassinos do Governo Americano.
Todos nós podemos tirar algumas lições do que ele faz durante a trilogia para escapar da morte ou de ser preso, e nós listaremos embaixo alguns pontos.
  • Bourne é o modelo de homem cinza a ser copiado, principalmente em termos de vestimentas.
Com exceção do suéter laranja doado pelo pescador do barco, todo o guarda roupa de Bourne é composto pelas roupas em tom escuro, acinzentado ou, no máximo, alguns tons pastéis. Isto nada mais é que a Diretiva do Homem Cinza ser colocada em prática ao extremo.
Claro, não significa que todo mundo vai vestir um sobretudo preto em pleno calor do RJ ou de Salvador, mas que existem trajes que dificultam mais a sua identificação.
  • Ele sabe como se camuflar no meio de multidões.
Isso significa dizer que numa situação onde ele esteja em meio à uma multidão, você não o verá cometendo erros de aparecer careca, com um corte razor part ou um moicano loiro.
Ok, se ele estivesse como agente operativo, possuir tais características poderiam torná-lo um cara comum para outras pessoas, mas naquele momento ele está sendo procurado pela CIA, então...
"Ahhhh, Tiago, mas eu não posso utilizar um moicano loiro ou dreads como um sobrevivencialistas??".
Quando falamos em sobrevivencialismo urbano, onde a principal dica a ser seguida é a do homem cinza, menos é mais, chamar menos atenção é estar mais seguro, e menos propício a atrair malfeitores. O que chama mais atenção, uma casa simples de janelas de madeira desgastadas ou uma mansão cheia de neons verdes nas palmeiras imperiais?
Vc pode até perceber que é o Matt Damon na foto, mas numa situação real, vc nem imaginaria que este é Bourne. 
  • O que vale mais, a lataria do seu carro ou sua vida?
Quando penso nesta trilogia de filmes, me vêm à cabeça as perseguições de carros que acontecem e a primeira coisa que eu penso é: "Será que alguém dirige daquele jeito mesmo?"
Quando é necessário, Bourne sai feito louco pelas ruas e avenidas, usando escadas e retornos perigosos para escapar. Não estou aqui dizendo que vc deve fazer isso para fugir de uma blitz por estar embriagado (que inclusive é crime). Mas se vc está numa situação de perseguição, seja por um agressor ou um assaltante, meta pé, cuidado com os pedestres e não aconselho que entre na contra mão, mas se vc tiver que acertar uma viatura de polícia para se livrar de um agressor armado, porque não?
  • Vc imagina quantas armas em potencial estão presentes no nosso dia a dia? 
Você utiliza uma centena de objetos que nem sequer imagina que podem ser utilizados para defesa pessoal. Cinto e fivela então na sua cintura, chaves e isqueiro nos bolsos, canetas estilete no estojo, prancheta de metal na mochila, extrator de grampo e lápis no porta treco, super cola e moedas nas gavetas, revistas nas prateleiras
Todos esses itens tem mais de uma  utilidade.
Canetas e lápis funcionam como punhais em caso de uma emergência, chaves entre os dedos funcionam como um belo soco inglês, cinto enrolado na mão funciona como um potencializador de soco ou como um nunchaku (balançando a fivela a frente), cadarços de kevlar podem ser utilizados para enforcar um agressor, revistas enroladas servem como cacetetes, listas telefônicas e pranchetas podem ser usadas como escudos balísticos de emergência. Nos filmes tais referências são constantes.
  • O governo fará de tudo para esconder verdades que possam acabar com as relações do país.
Usemos um exemplo bem brasileiro, história do ET de Varginha.
Não se sabe se a história do tal alien é verdadeira ou falsa, nem mesmo se de fato houve o avistamento de um OVNI em MG, mas o que se sabe é que o governo brasileiro usou de diversos meios para encobrir alguma coisa naqueles dias em que foram relatados acontecimentos na região.
Alguém realmente acredita que se um caso destes caísse na mídia abertamente, nossa sociedade não entraria num turbilhão? Por isso os governos, em geral, escondem muitas coisas para a população, e se estes insistirem em descobrir, força será utilizada!
Vejamos a crise atual pela qual o Brasil passa: em 2008 foi noticiado que a bolsa de NY e outras caíram consideravelmente, e o que o presidente brasileiro falou? "A crise é só uma marolinha"! Foram vendidos muitos carros (IPI Zero), muitos imóveis (Subsídios Minha Casa Minha Vida), e onde chegamos? 2013 a crise começa a atingir o país, depois de ter atingido toda Europa, China, etc...


  • Verifique seu carro sempre, bombas ou rastreadores nunca são colocados em cima do capô...  
Vc está sendo procurado por alguém, entra no carro com pressa e BOOOOOM!
Não, melhor dar uma checada sempre que puder, ver se há algo errado com a fechadura, por trás da lataria, no assoalho do veículo.
Mesmo que não tenhamos histórico de carros sendo explodidos, temos histórico de assaltantes que marcam carro com chiclete na lataria...
  • Cartão de Crédito não é uma opção para alguém que está sendo procurado.
Tudo, para alguém que é um operativo em terreno hostil, se resume a dinheiro local, cartão de crédito com nome falso e passaporte falso de turista.
No caso de alguém que está sendo procurado, somente dinheiro local é uma opção, em grande quantidade! Com isto vc pode pegar um trem, ônibus e outros meios para chegar a algum local mais seguro.
Com cartão de crédito, não fica tão difícil para que a polícia ou alguém consiga o seu histórico de transações.
  • Binóculos são sempre bem-vindos.

Durante todos os filmes há uma recorrente utilização de binóculos e lupas para vigiar locais e pessoas!
No caso de um sobrevivencialista, tal equipamento serve tanto para vigiar pessoas como para fingir estudos sobre aves, animais, etc.
Poder estar distante do seu alvo pode dar uma boa margem de segurança para seu trabalho ou fuga. É assim que os policiais de campana fazem, filmando e vigiando, é assim que traficantes fazem, vigiando de locais mais altos de morros e favelas.
  • Continue seu programa de exercícios.
Quando Bourne é resgatado no navio, ele continua se exercitando, pois tinha uma noção de que deveria estar em forma!
Faça isto, utilize (como recomendado em nosso Instagram) uma combinação simples de exercícios de Corrida - Luta - Corrida, que pode ser feita com um saco de pancadas ou um manequim encoberto com esponjas densas! Isto manterá vc em forma caso seja preciso lutar ou fugir.

  • Utiliza um rádio na frequência militar...
Um walkie talkie comum, que não custa mais de 150 pilas (Baofeng, por exemplo), pode te fornecer informações importantes sobre acontecimentos na cidade, desde batidas de trânsito até ataques terroristas!
Isto pode adiantar muito suas ações, sejam elas arrumas as coisas e fugir ou preparar o terreno para um potencial invasor!

Se curtiram nosso texto, se inscrevam em nosso blog, em nossa página do FB e em nosso canal do FB!
Vamos pra natureza!

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Tenho menos de 18 anos e quero me preparar! O que fazer?

E aí time, tudo tranquilo?
Há alguns dias fui surpreendido por uma pergunta de um seguidor, que por ser menor de idade, tem dificuldades de encontrar locais e oportunidades pra treinar técnicas de sobrevivência e ter contato com a natureza propriamente dita. Isso, de início me gerou uma certa dúvida em relação à resposta, e vou contar-lhes porque, levantando alguns aspectos sociais e familiares atuais.
Um dos primeiros pensamentos que tive foi sobre "como ele já quer treinar técnicas de sobrevivência?", pois é possível que ele nunca tenha tido um contato com a natureza pura, intocada... isso porque penso em como nós, multiplicadores do debate em sobrevivência, estamos resumindo o contado com a natureza ao embate com esta! Alguns de nós esquecem que atividades como acampamento (camping), trilhas (trekking), caminhadas (hiking) e escaladas (climbing), são bem anteriores e mais difundidas que a própria ideia de sobrevivencialismo, que consiste em todas as capacidades, técnicas e equipamentos voltados pra manutenção da vida em condições extremas.
Outra questão relativa a isto é que muitos dos contatos que nós tivemos com a natureza, quando mais jovens e bem menos experientes, foi algo impulsionado por características familiares (pais que acampavam, avós que moravam no interior, primos que curtiam explorar locais desconhecidos, etc).
Infelizmente, aqui no Brasil não possuímos (eu desconheço, admito) espaços voltados ao camping infantil ou juvenil, como é comum em países como Estados Unidos e Canadá. Tais locais são ótimas oportunidades para que as crianças e adolescentes, ao menos nas férias escolares, possam ter contato com a natureza e com atividades que normalmente elas não fariam em suas residências. Aqui é bem mais comum as colônias de férias, que colocam as crianças em atividades bem menos interessantes, como banhos de piscina ou pintura a guache... 
Hoje, parte destas relações familiares tem desaparecido, muitos avós não moram mais no interior, muitos pais e mães não acampam mais, muitos primos não têm a mesma curiosidade de 15 anos atrás pela natureza... isso acaba gerando uma série de dúvidas nesta galera que curtiu a ideia propagada por de programas de sobrevivência mas não sabe por onde começar.
Logo, me veio uma segunda dúvida: "como respondê-lo sem que ele perca o interesse na temática?". Pensei nisto pois há uma concepção difundida (pelos professores e instrutores de sobrevivência por aí e semelhantes) de que a sobrevivência é algo inerentemente feito na natureza, e talvez algumas informações faltem a uma série de garotos e garotas que querem ir preparados pra natureza, mas não sabem especificamente como, e acabam assistindo alguns embustes no YT, etc!
Como um interessado pela propagação do assunto, mas também responsável, joguei a seguinte real pra ele: "cara, eu não vou te aconselhar a fazer algo que irá colocar sua vida em risco, mas se eu puder lhe dar uma dica inicial sobre o assunto, eu digo, procure um grupo escoteiro".

E porque desta resposta? Simplesmente porque num ambiente como do escotista, ele poderá descobrir, junto a pessoas responsáveis e que possuem conhecimento na área, o contato com a natureza, no que ela pode ser útil, onde ela pode ser perigosa e, principalmente, quais as possibilidades que ela fornece aos interessados e interessadas em atividades ao ar livre!
Por exemplo: eu fui escoteiro durante 5 a 6 anos, e foi lá que eu descobri de fato que acampar não era minha praia! Tinham muitos que adoravam, mas eu sempre ficava puto depois de 2 dias com aqueles mosquitos miseráveis, areia no colchão, chulé na barraca, etc! Tbm foi durante o escotismo que eu comecei a gostar de acender fogueiras, assar alimentos na brasa e fazer comidas mateiras (ovo na laranja, batata no buraco, etc), ou mesmo a gostar de rapel!
A partir de uma dessas experiências controladas, um garoto ou uma garota podem se tornar um Ray Mears ou uma Juliane Koepcke (única sobrevivente da queda do 508 LANSA), assim como podem se transformar em amantes do rapel, de escaladas, de vôo livre, ou mesmo de explorações em grutas, etc.
Deixo o debate aberto para que os amig@s contribuam com suas experiências e opiniões!

Vamos pra natureza!

sábado, 4 de junho de 2016

Voltando... e porque estar preparado para um cenário que vc nunca irá enfrentar?

Bom galera, voltando com nosso Blog, após um mês movimentado pela finalização dos campos da dissertação...

A postagem de hoje vai como questionamento relacionado aos amigos que se preparam para cenários de crise onde, hipoteticamente, irão se encontrar em florestas...
Bom, recentemente aconteceu minha saída do GSE/CE, relacionada a diversas divergências de opiniões em relação ao processo de preparação difundido entre o citado grupo. Cabe lembrar que, aqueles que acompanham o nosso canal do YT e a página do FB devem ter visualizado arquivos de algumas das atividades do grupo, em sua esmagadora maioria ligada ao contexto mateiro, ao bushcraft.
Esse foi um dos principais questionamentos, quando ao perceber os rumos tomados pelo grupo, questionei se não seria interessante (e necessário) inserirmos novas variáveis no processo de treinamento e preparação, caso de técnicas de sobrevivência urbana (defesa de residência, perseguição e fuga, parkour, combate com facas, evitar assaltos, etc), sobrevivência no litoral (pesca, captura de moluscos, caça de crustáceos, formas de evitar insolação, etc) ou mesmo no sertão (espécies animais e vegetais comestíveis, locais onde há água, etc)...


Explicarei melhor meu pensamento: aqueles que se dizem sobrevivencialistas devem pensar que, no mundo atual, quase tudo que acontece ao seu redor traz possibilidades de causar-lhes problemas. Um pneu furado próximo a locais perigosos, um assalto num ônibus, uma saidinha bancária, um banho de mar, ou mesmo uma ida ao shopping...
A grande questão é que cerca de 80% dos cursos de sobrevivência que já vi espalhados por aí coloca um grupo de pessoas no meio da mata com recursos escassos, sendo que a probabilidade de que isto venha a acontecer na realidade é quase mínima!

- Ah, mas se meu avião cair na Amazônia?
Vc, com quase absoluta certeza, vai morrer!! A não ser que esteja jogando um Call of Duty, um Battlefield...
Alguns podem afirmar que "quem se prepara um ambiente extremo como a selva, se prepara pra qualquer ambiente natural"... será?
Quando citei o litoral já tinha gente dizendo que não aguentava andar na areia de praia, que era muito fácil de encontrar alimento, e mais uma série de afirmações para descreditar algo que ainda é desconhecido pela grande maioria...
Eu cito o seguinte: a selva é extrema pela quantidade de fauna e flora? O litoral te dá uma insolação em poucas horas! A selva te permite treinar técnicas de caça? O litoral te coloca a mercê de um outro ambiente, o aquático! A selva possui espécies venenosas que podem te matar com uma ferroada ou picada? Basta um gole de água salgada pra suas chances de vida caírem drasticamente...
Agora, porque insistir nesta diversificação em termos de preparação? Responderei com dados e algumas perguntas retóricas, ok?
Cerca de 70% do território cearense está localizado na depressão sertaneja, onde predomina a caatinga.
A zona costeira ocupa apenas cerca de 4% do território do Estado, mas a junção deste ambiente com as planícies fluviais, onde há presença de manguezais, apicum, planícies de inundação, etc, provocou a intensa urbanização nestas áreas.
Mais de 75% do território cearense está urbanizado, ainda que minimamente.
Pergunto a vc, leitor: onde vc passa a maior parte do seu tempo durante a semana, no mato ou na selva de pedra? Onde vc realiza boa parte de suas atividades cotidianas, na cidade ou em meio à Mata Atlântica?
Ok, mudemos o foco para os momentos de lazer. Quando vc sai a lazer com sua família, seja na praia, na serra ou num parque, vc se vê sujeito a quais problemas, assaltos ou ficar perdido no mato?? Batidas entre veículos ou ir parar num local onde vc terá que descer do carro e fazer fogo com o Bow Drill??
Acho que já sabemos a resposta.
Assim, não quero aqui tirar a importância das técnicas mateiras nas atividades outdoor, pois tais conhecimentos possibilitam que vc contorne a ausência de determinados materiais com elementos fornecidos pela natureza, o que pode salvar sua vida!
Mas não pense que o acúmulo de brevês e certificados de sobrevivência na selva te tornarão imune a qualquer problema que possa aparecer na cidade ou no litoral!
Bom, fica a dica, aprofundaremos mais em outros momentos, e vamos pra natureza!

terça-feira, 5 de abril de 2016

Dica de filme: Sobreviventes!

E ai time, beleza?
Na última semana dei mais uma garimpada no catálogo da Netflix, em busca de filmes que tratem de sobrevivência na selva.

Pra minha sorte, encontrei um filme chamado "Sobreviventes", uma historinha canadense que me surpreendeu pelos rumos tomados na história (talvez pelo ranço dos terrores americanos que colocam serial killers até embaixo dágua...).
O filme se inicia com um casal de namorados que se dirige a um parque florestal no sul do Canadá (possivelmente na província de Ontario, onde há uma série de parques chamados de Provincial Park). Alex é experiente em trilhas, Jenn é advogada e nunca acampou. Ele se considera o Bear Grylls, carregando até machadinha da Gerber e dizendo saber acender uma fogueira sem fósforos, ela nunca acampou e morre de medo de que algo possa dar errado, levando spray de pimenta, sinalizador e apito.
Tomam um barco até outro ponto do parque, onde começam a trilha a pé. Passam por visitantes que estão voltando, e seguem até o primeiro ponto próprio para acampamento (indicado com uma placa). Lá Jenn se encontra com um estranho, que faz diversas perguntas e deixa o casal inseguro.
A partir daí o filme começa a dar indícios de que o perigo nem havia começado, pois eles acampam mais uma noite na qual ouvem barulhos estranhos (que acham serem esquilos) e ao acordarem, descobrem que era algo muito maior...
E é necessário um terceiro dia para eles descobrirem que estão perdidos e não fazem a mínima ideia de onde estão (primeiro clichê: o Bear Grylls não comprou o mapa e jogou o telefone da namorada fora, pq queria aventura!!).
Então ela insiste em voltar, fala que foi a pior ideia da vida, etc, etc, etc! Mas ele queria pedir ela em noivado! Porra, qual mulher não se derreteria? E começam a voltar, mas perdidos, precisam dormir novamente na floresta! E quando acordam, o que está na frente da barraca?
Um urso pardo, o terror da América do Norte!

Daí o filme ganha muitos tons vermelhos, sangue saindo profusamente de pernas, de braços, de costelas, de dedos...
Sem contar o final do filme, o que interessa é a mensagem passada a partir deste ponto: um dos componentes do casal morre (brutalmente), e o outro fica sozinho na floresta, sangrando, com fome, sede e um urso pardo no encalço!
O "não desistir" é a mensagem principal da história, pois a saída, o resgate, uma cabana de caça ou um vilarejo pode estar após a próxima árvore! Além disto, os (poucos) conhecimentos que o sobrevivente adquiriu são fundamentais para a manutenção da própria vida!

Como nosso trabalho aqui é ligar a ficção à realidade e aprender como não ter o mesmo destino de alguns protagonistas das histórias assistidas, seguem algumas capacidades de dos ursos pardos:
  •  São criaturas extremamente inteligentes, capazes de utilizar pedras, galhos e outros objetos para executar tarefas, sendo comparados a humanos de 3 anos, bem como a golfinhos, elefantes, baleias, corvos e primatas;
  • Podem chegar a quase 4 metros de altura, pesando quase uma tonelada (caso do urso de kodiak);
  • São extremamente fortes e resistentes, podendo levantar objetos pesados, destruir carros completamente, serem atropelados e não sofrerem um único arranhão, tomarem tiros e continuarem avançando contra o agressor, escalar árvores em busca de alimento, arrancar membros com patadas e mordidas que podem arrancar a cabeça de uma vítima;
  • São bem mais rápidos que humanos, podendo alcançar 64 km/h (Usain Bolt chega somente a 44 km/h);
  • Possui o melhor olfato do planeta, sendo capazes de detectar presas a mais de 1 km de distância. Dizem que quando uma agulha cai na floresta, a águia vê, o cervo escuta e o urso sente o cheiro;
  • Podem passar 5 a 6 meses hibernando no inverno.
Desta forma é possível ter uma ideia de como tais criaturas podem ser mortais num encontro na floresta, e é necessário estar preparado para um encontro como este caso você esteja nas florestas norte americanas:
  • Identifique a postura do urso, se ele está atacando de forma defensiva, predatória ou apenas curioso, isso ajudará a tomar a melhor decisão sobre o que fazer para escapar do ataque:
  1. Ataque defensivo do urso-negro: o urso que está se defendendo tende a dar golpe e tentar mordê-lo. No entanto, é menos provável que ele atinja a sua cabeça ou seu pescoço (a mordida fatal). Ataque predatório: o urso que está faminto, muitas vezes, "encontra" você, e pode ter te perseguido. Ele vai morder direto na sua nuca e na parte superior da sua cabeça. Ele vai agarrá-lo em um "abraço de urso", enquanto te morde. Ele não vai desistir de continuar a atacá-lo.
  2. Ataque defensivo do urso-pardo/cinzento: o urso pode fugir ou fazer uma série de ataques de blefe para testar a sua ameaça. A ferocidade do ataque pode ser determinada pela posição das orelhas. Quanto mais as orelhas do urso forem para trás, mais grave é a sua intenção de atacar. Outros indicadores de um ataque prestes a ocorrer são o pelo se levantando na parte de trás de seu pescoço e nas costas, e rosnados.Esteja ciente de que, se ele correr na direção do vento, pode ser um sinal de que ele quer sentir melhor o cheiro do intruso. Quando ele atacar, ele vai morder o topo da sua cabeça e a sua nuca e esmagar a sua medula espinhal com uma patada poderosa. Ataque predatório: são os mesmos do ataque defensivo, com o aumento da gravidade da sua intenção (por exemplo, os ataques de blefe se transformam no urso de pé e tentando golpear ou mordê-lo). Se ele estiver sobre as quatro patas, a agressão ocorrerá quando ele balançar a cabeça de um lado para outro e bater os dentes ao abrir e fechar a boca.
  3. Ataque do urso-beiçudo: os usos-beiçudos se alimentam quase exclusivamente de plantas, por isso, provavelmente, está atacando você para defender seus filhotes ou a si próprio. Ele geralmente vai tentar golpear e morder você, mas provavelmente não terá como alvo a sua cabeça ou seu pescoço.
  4. Ataque do urso polar: Os ursos polares estão geralmente famintos e são perigosos. Já é conhecido há séculos que eles atacam os seres humanos e eles podem perseguir um ser humano por anos. Eles vão te morder na cabeça. Assuma de uma vez que o ataque é predatório e que ele não vai parar de atacá-lo.
  5. Ataque de qualquer espécie de urso no seu acampamento ou pior, na sua barraca: É mais provável que este urso, independentemente da sua espécie, tenha um ataque predatório e você precisa agir rápido para se defender fisicamente. Não aja como uma presa – mantenha a calma e lute com tudo (e todos) na barraca.

  • Se fingir de morto (caso o urso esteja curioso): vc precisa ser o melhor ator do mundo, não respirar por um bom tempo e ficar imóvel para que um urso se desinteresse pelo seu cadáver temporário, assim ele irá embora, mas até lá, coragem é fundamental;
  • Pareça maior do que vc é (caso o ataque seja defesivo): braços pra cima, casaco esticado atrás do corpo, pernas afastadas, urros de fúria (caso o urso seja pequeno) e movimentos laterais, fazendo parecer que vc é um rival grande em relação ao urso;
  • A mochila pode proteger suas costas: é uma proteção a mais caso o ataque venha contra suas costas;
  • Ofusque o urso com uma lanterna ou flash de câmera: isto dará tempo pra vc se afastar e procurar abrigo;
  • Evite movimentos bruscos e nunca corra: se o urso não estava lhe caçando, ele irá, pois o ato de correr é um chamado para a caça;
  • Não se esconda numa tenda ou barraca: o urso irá derrubá-la e matar vc! Procure uma cabana ou um penhasco (com água embaixo, claro), isso irá, ao menos, atrasá-lo;
  • Evite subir em árvores: eles sobrem com grande facilidade, e vc não conseguirá derrubá-lo de lá;
  • Utiliza o spray de pimenta: não é a toa que é chamado de spray de urso, isso deixará o urso bastante atordoado e vc terá tempo de se evadir do local do ataque;
  • Utilize ladeiras contra o urso: tornará mais difícil para ele ficar em pé;
  • Faça ataques laterais: o pescoço dos ursos não gira tão facilmente, assim como os ataques tem menor eficácia horizontalmente;
  • Utiliza paus, pedras, terra, espinhos, chutes (nunca socos): tente acertas os olhos e focinho, suba para locais mais altos onde vc tenha melhor espaço para acertar o rosto do animal;
  • Trilhas atraem ursos: portanto ao caminhar numa trilha, cuidado a cada curva e entroncamento;
  • Afaste a comida de sua barraca: o olfato deles pode levá-los para a porta de seu acampamento, o que pode ser moral.
Bom, essas são algumas dicas que podem ajudar, mas o melhor remédio é a prevenção.
Assistam o filme e treinem as habilidades.
Vamos pra natureza!

terça-feira, 29 de março de 2016

Every Day Carry - a preparação de todos os dias

E ai galera, beleza?
Hoje vamos discutir um pouco sobre o conceito, funcionalidades e componentes de um Every Day Carry, normalmente chamado de E.D.C. Para os adeptos do sobrevivencialismo, a montagem deste é algo tão obrigatório quanto a montagem de um kit de sobrevivência ou de uma Bug Out Bag (B.O.B, uma mochila de fuga).
O que é um E.D.C?
O Every Day Carry nada mais é do que os itens que vc carrega todo dia com o objetivo de resolver problemas que venham a aparecer no cotidiano. Consiste em itens que possam tirar vc do maior número de problemas possíveis e imagináveis, como por exemplo: uma camisa que rasgou embaixo do braço; um alfinete que entrou no pneu de sua bicicleta ou um cinto de segurança emperrado dentro de um carro que capotou.
Os exemplos são bem diversos, e por isso um E.D.C normalmente compreende itens que possuem várias funcionalidades no cotidiano. Mas o que é novo é a nomenclatura utilizada para este conjunto de essentials, pois a utilização destes itens não é algo recente, sendo utilizados há anos por pessoas que procuram sair de casa preparados para qualquer problema, caso dos preppers (preparadores) americanos.
Quais a funcionalidades de um E.D.C?
Por ser um conjunto de itens que devem se adequar a diversas situações, os E.D.C costumam ser bem abrangentes quanto à suas funcionalidades. Mas costumo dizer que cada EDC atende a três princípios básicos ligados ao seu portador:
  • O estilo de vida: sobrevivencialista, aventureiro, civil evitando problemas;
  • A função social: policial, bombeiro, professor, geógrafo, surfista;
  • O local de residência: locais frios, selvas, trópicos, ilhas, praias, grandes cidades;

Isto significa que, um policial, sobrevivencialista e morador de uma região de selva, normalmente terá o seu E.D.C composto por itens que permitam a defesa pessoal dele e de seus familiares tanto no trabalho como na vida pessoal, assim como itens necessários ao desempenho de sua atividade na natureza, como faca, lanterna, repelente, etc. No caso desta pessoa, ele não precisará possuir itens de um E.D.C de alguém que more em um local frio, pois não teriam grande serventia.
Da mesma forma seria o meu caso, como geógrafo, sobrevivencialista e morador de uma metrópole litorânea. Assim eu prezo por itens que possibilitem minhas atividades como pesquisador (lápis, caneta, caderneta), itens de autodefesa (canivete, faca de pescoço) e itens que possam me auxiliar caso aconteça um problema em campo ou em casa (lanterna, kit costura, kit fogo, etc). No meu caso, eu não necessito possuir itens de alguém que seja aventureiro, pois eu dificilmente precisarei acampar durante meu trabalho.
Assim, o E.D.C tem a função de minimizar ou resolver a maior parte dos problemas que vc possa vir a ter no cotidiano, levando em consideração as possibilidades às quais vc se expõe e as que não existem.
Quem pode portar um E.D.C?
Qualquer pessoa que deseje estar preparada para os problemas e situações do cotidiano, pode (e deve) portar um Every Day Carry. Mulheres portam (naquelas bolsas de fundo infinito) muitos dos itens que precisarão durante o dia-a-dia, necessitando apenas de alguns adicionais para defesa pessoal (canivetes, spray de gengibre) ou reparos (kit costura, micro ferramentas).
A questão é que a maioria das pessoas não se preocupam em andar ao menos com o básico (uma lâmina, uma lanterna e um isqueiro). Enquanto na universidade, cansei de ter que pegar meu canivete para cortar laranjas para os meus colegas de curso, assim como cansei de ter que esvaziar minha garrafa d'água nos copos de outras pessoas que iam a campo sem um reservatório de água.
Assim, o E.D.C, para mim e para grande parte dos sobrevivencialistas e preparadores, é um item fundamental que todos deveriam carregar para facilitação da vida.
O que um E.D.C deve conter?
Falando daquilo que prezo, o meu E.D.C é composto por itens que possam suprir as seguintes necessidades:
  • Defesa pessoal: canivete, faca de pescoço e cartão lâmina;
  • Sinalização e iluminação: lanterna, espelho, luz química, apito, celular;
  • Obtenção de fogo: fósforos, isqueiro, pederneira, OB;
  • Alimentação: kit pesca;
  • Ir e vir: dinheiro, cartões;
  • Higiene e saúde: sabonete, unhex, paracetamol, gilete;
  • Escrita e anotações: caneta, papel;
  • Proteção e hidratação: óculos escuros, garrafa de alumínio;
  • Ferramentas e reparos: kit costura, bracelete de paracord, cartão multifuncional (7 em 1);
Veja que apesar de haverem categorias onde os itens se encaixam melhor, grande parte dos itens se encaixa em diversas outras categorias, possuindo diversas funções no meu cotidiano. E vale lembrar, o E.D.C deve resolver problemas, e não criá-los, assim, não vá sair por aí carregando armas de fogo enquanto são proibidas, ou um papelote de maconha para fins de relaxamento (não que eu tenha algo contra, kkkk).
Onde portar o meu E.D.C?
Primeiro, é importante que o seu E.D.C esteja oculto, pois o porte dele lhe dá ampla vantagem sobre agressores ou situações onde vc precise tomar uma iniciativa. Pense num metrô parado bruscamente, onde todos querem sair desesperadamente e alguém sabe que vc possui aquele canivete com quebrador de vidro...
Segundo, existem dicas para vc carregar diversos itens espalhados pelas roupas (giletes, chaves de algemas, dinheiro fora da carteira, assim como existem pessoas que preferem juntar a maior parte do E.D.C num único invólucro e distribuir os itens de necessidade repentina (canivete, apito, celular, etc). Assim, vc tem liberdade para escolher a melhor forma de portar, mas como sua vida pode depender de ter alguns destes itens a mão, cabe o bom sendo de sabe onde colocar aquela chave reserva do cofre ou uma lâmina de bisturi.
Essas são algumas dicas que podem ajudar na composição do seu Every Day Carry, mas lembre-se, o E.D.C deve obedecer às SUAS necessidades, não as de outrem. Abaixo segue o vídeo do canal do YT sobre o assunto, dá uma olhada lá:


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sexta-feira, 25 de março de 2016

Dica de filme de sobrevivência: O Impossível

E ai galera, tudo bem?
Neste feridão santo resolvi dar um tempo nas séries e garimpar algum filme que tratasse de sobrevivência. E, consequentemente, trago as impressões para essa nova sessão do nosso blog sobre dicas de filmes que tratem de aspectos importantes da sobrevivência.
Foi aí que escolhi assistir o filme espanhol "O Impossível" (El Impossible, 2012), que trata da história real de uma família que sobreviveu ao tsunami que atingiu o Sudeste Asiático em 2004.
Apesar de ser um filme estrangeiro baseado numa família espanhola, não faltam aqueles clichês emocionais e uma família (teoricamente) americana (inclusive mudando o sobrenome de Belón para Bennet). Mas enfim, o filme contribui com algumas idéias sobre tsunamis e como lidar com essa possibilidade, e é isso que iremos analisar aqui.
Ao retratar a catástrofe e seus impactos, o filme acerta muito mais do que erra, começando com a família discutindo problemas banais (dinheiro, emprego, presentes de Natal), e logo em seguida sendo surpreendida pela onda que invade o resort onde estão hospedados. O filme não cai na besteira de mostrar o mar minutos antes da onda, também não insiste em pressentimentos por parte dos atores, o que se assemelha à realidade.
Qualquer pessoa que estivesse dentro de um resort jamais pararia pra pensar que uma onde gigante viria destruir tudo. Mas como nosso serviço
 é mostrar como se prevenir de uma catástrofe como esta, seguem as imagens de satélite que identifica o mar em sua condição normal, o recuo e o tsunami.
Mar normal
Mar iniciando recuo
Mar completamente recuado
Mar avançando no continente.
O tamanho da onda também é bem detalhado, não parecendo com aqueles tsunamis representandos em diversos filmes de ficção, gigantes.
 Tsunami na ficção
Tsunami real na Tailândia.
Mas por ser menor, não significa que esta onda seja pouco destrutiva, possuindo muita força capaz de arrastar tudo que está pelo caminho, e aí é que está o perigo: todo o entulho que a água carrega, o que o filme mostra muitas vezes com maestria! Fios elétricos, automóveis, entulho, pedaços de madeira, árvores, corpos, vidro, lixo e uma série de outras coisas que vão se chocando com as pessoas que estiverem no caminho da onda, sendo este um dos principais acertos do filme ao mostrar as cenas subaquáticas.
A partir daí, a personagem interpretada pela bela Naomi Watts sofre uma série de ferimentos graves que vão ditar o caminho dela e do filho (Tom Holland, o novo Homem-Aranha) pelo resto do filme. Agora una ferimentos sérios, desidratação e fraqueza com uma terra arrasada cheia de lama suja e restos de corpos e árvores... e voilá, temos a cena de um hospital infestado de pessoas feridas, ossos quebrados, cheias de infecções, hemorragias internas e externas. O filme apenas peca por não ter inserido mais moscas e mosquitos nas cenas, seres responsáveis pela proliferação de doenças diversas.


Outra questão que o filme lembra é o individualismo presente nestas situações (um celular quase sem bateria pode ser artigo de luxo) e a falta de organização num país devastado por uma catástrofe natural, onde os registros hospitalares e de desaparecidos estão a mercê de toda a desordem e desespero presente nas ruas.
Bom, não há como citar uma fórmula para evitar completamente os danos deste tipo de desastre natural, mas é possível tomar algumas medidas para tornar sua viagem à locais propícios a terremotos e consequentes tsunamis menos perigosa:
  • Um tsunami tem maior possibilidade de acontecer em regiões do globo propícias a grandes movimentações de terra, casos de sismos, erupções submarinas, deslizamentos de partes de vulcões, rompimento de falhas geológicas e movimentos de placas tectônicas. Isto justifica os mais de 190 eventos deste tipo no Oceano Pacífico.

  • Regra: se o mar recuou repentinamente, corra para o ponto mais alto possível, considerando construções com mais de 30 andares! Não espere para salvar todos, grite enquanto corre, pois as pessoas não vão pensar em vc.
  • Monte um kit de segurança com água, comida e um kit de primeiros socorros! Mantenha-o onde apenas vc e sua família saibam, longe o alcance da água (sacos e vasilhames impermeáveis).
  • Faça um kit de sobrevivencia que venham a abranger os 5 critérios da sobrevivência (abrigo-água-comida-fogo-sinalização). Inclua medicamentos da família e dos animais de estimação.
  • Utilize pulseiras identificadas para cada membro da família (nome, nacionalidade, idade), assim, caso alguém se perca, mesmo que não fale a língua local, poderá ser minimamente identificado pelas autoridades do país em questão.

Compreendendo estes itens e tendo um pouco de atenção aos sinais da natureza, vc poderá sobreviver para contar a história!
Estejam preparad@s e vamos pra natureza!